EM MAIO
Já não há mais razão para chamar as lembranças
e mostrá-las ao povo
em maio.
Em maio sopram ventos desatados
por mãos de mando, turvam o sentido
do que sonhamos.
Em maio uma tal senhora Liberdade se alvoroça,
e desce às praças das bocas entreabertas
e começa:
"Outrora, nas senzalas, os senhores..."
Mas a Liberdade que desce à praça
nos meados de maio,
pedindo rumores,
É uma senhora esquálida, seca, desvalida
e nada sabe de nossa vida.
A Liberdade que sei é uma menina sem jeito,
vem montada no ombro dos moleques
e se esconde
no peito, em fogo, dos que jamais irão
à praça.
Na praça estão os fracos, os velhos, os decadentes
e seu grito: "² bendita Liberdade!"
E ela sorri e se orgulha, de verdade,
do muito que tem feito!
Publicado em O Estado de S. Paulo, 25-1-1987
Fuzzil e Oswaldo de Camargo
domingo, 29 de junho de 2008
Oswaldo de Camargo
às 01:47
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Um comentário:
O Sr Oswaldo se diz lisongeado em encontrar "Em maio" publicado em seu blog e sua foto também!
Sou assistente dele e por favor guarde nossos contatos para uma futura necessidade!
Ficarei muito grata se puder divulgar o blog dele também!
decamargo.oswaldo@gmail.com
um abraço!
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