tag:blogger.com,1999:blog-7266518158695508370.post6813440099017060282..comments2023-09-04T06:35:27.162-03:00Comments on Fuzzil: Os Guerreiroz e Chapinha Samba da VelaFUZZILhttp://www.blogger.com/profile/02763961811448183604noreply@blogger.comBlogger1125tag:blogger.com,1999:blog-7266518158695508370.post-54609188505941275872008-08-05T13:35:00.000-03:002008-08-05T13:35:00.000-03:00Recife – Mar que Arrebenta (Para Marcelino Freire)...Recife – Mar que Arrebenta (Para Marcelino Freire)<BR/> <BR/>Por R.Canto.<BR/><BR/>As ondas quebravam na praia, fazendo um som agradável. Eu tinha acabado de sair de um cabaré da zona portuária do Recife. Sentia-me um pouco bêbado por causa da pinga.<BR/>Sentei na areia da praia e fiquei namorando o horizonte. Longe.<BR/>O sol quente. Trinta e três ou quatro graus. Meu bronzeado estava bonito. Mais uma semana aqui no Recife eu virava negão.<BR/>Um navio cargueiro apitava anunciando sua saída rumo ao alto mar. Senti vontade de entrar naquele navio, e ir pra bem longe do Brasil.<BR/>Itália, França, Congo, Nigéria, África do Sul, Cabul.<BR/>Vieram uns meninos correndo jogando bola. Um pouco mais atrás um outro soltando uma pipa vermelha.<BR/>Apesar da bela paisagem, eu estava angustiado, na manhã seguinte eu deixaria aquele paraíso, para retornar ao inferno paulistano.<BR/>A terra da garoa, com a sua população apressada, mesquinha, robôtizadas, preconceituosas e desesperadas por dinheiro. A praga universal.<BR/>A praga que faz com que as pessoas vivam num mundo fantasioso e fantasmagórico causado pela imagem da besta: à televisão.<BR/>Senti um nó na garganta. Um nó digno de dó.<BR/>Eu não queria voltar pra São Paulo. Eu não quero ver essas pessoas fingidas. Não quero voltar.<BR/>Levantei e fui até a água. Lembrei-me de Iemanjá. Perdoe-me Iemanjá! Mas eu não quero voltar pra São Paulo! Deixe-me ficar aqui. Entrei mar adentro. Deixei a água ficar até o pescoço. Veio uma onda não muito grande, mas suficiente para levar-me ao fundo do oceano atlântico. Vi um rosto de uma mulher vestida de azul cor do céu. Parecia uma sereia, sorri para ela. Ela veio e pegou em minhas mãos.<BR/>Comecei a perder os sentidos, nada mais fazia sentido...<BR/>Acordei dois dias depois no hospital público do Recife. À enfermeira disse que fui salvo por uma banhista. Mas tenho certeza que era ela à rainha do mar.Robson Cantohttps://www.blogger.com/profile/02487789882473894352noreply@blogger.com