quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

Velho Guerreiro

(Fuzzil)

Para Elio de Souza, meu pai

É uma pena que não esteja aqui
Para te dar um forte abraço
Queria que tivesse visto a Layza
Dando os primeiros passos.

Depois que o senhor foi embora
Ela também me deixou
Você foi um grande guerreiro
Que nessa vida tanto me ensinou.

Estou tentando ser forte
Juro não queria chorar
A lembrança e a saudade
Não tem como me segurar.

As lágrimas escorrem no rosto
Me esforço para continuar
Esses versos falando de ti
Nunca mais vão se apagar.

Preto velho pra mim não foi fácil
Só eu sei o quanto sofri
Apesar de todo esse tempo
Confesso que não te esqueci.

Sempre vejo o senhor em meus sonhos
quando acordo fico pensando
Que saudade de tu meu guerreiro
pai eu te amo tanto.

Queria que tivesse conhecido
Os filhos dos teus cinco filhos
Queria só ver a tua cara
Correndo atrás dos meninos.

Nosso lar continua alegre
Apesar da tua partida
Uma coisa que acho legal
E ver a família unida.

O Wellinton hoje é um homem
 Você já pegou ele no colo
E não tem como esquecer
A farinha que soprou em teus olhos.

Criança é tão inocente
Mais ele se lembra de ti
Meu velho fique com Deus
A vida é mesmo assim.

A gente ainda se lembra
Das grandes revoadas
Na João Dias ou no mutirão
Nossa turma representava.

Apesar da arte ser proibida
Nós sempre fomos fanáticos
Que saudade Elio Guerreiro
Só queria agora um abraço.

Do livro: Primeiras Prosas - Sarau da Ademar

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